segunda-feira, 24 de março de 2008

Mão Morta - Maldoror



"Maldoror" é o novo disco de originais dos Mão Morta, o primeiro álbum duplo da sua carreira, e é uma edição de luxo, limitada a 3000 exemplares, apenas vendida nos teatros onde o espectáculo é apresentado e online em www.cobradiscos.org, tem o formato de um pequeno livro de capa rígida forrada a tecido, contendo excertos de "Os Cantos de Maldoror", acompanhado por ilustrações de Isabel Lhano.

Pessoalmente, esta é uma obra superior, mais bem conseguida, que "Müller no Hotel Hessischer Hof".

Estreado e gravado no Theatro Circo, em Braga, em duas noites de Maio de 2007, este é um mergulho, no terrível mundo de Maldoror, onde a voz cavernosa de Adolfo Luxúria Canibal, declama textos de horror, que contrasta com a beleza da música, que exceptuando três temas onde se ouve o rock duro reconhecível da banda,é maioritariamente calma, ambiental, soturna e negra, recorrendo pontualmente à electrónica.



Uma obra brilhante, fundamental, de referência.

Para mais tarde, está prometida a edição em dvd. Aguardemos, então...

www.mao-morta.org
www.myspace.com/maomorta

Trabalhadores do Comércio - Iblussom



Ofereceram-me este álbum, esta semana, "Iblussom", o álbum de regresso dos Trabalhadores do Comércio, editado em 2007, 17 anos depois de "Sermões a Todo o Rebanho".

É o regresso dos criadores do nortuguês (língua oficial do Porto), com a diferença de o "puto", João Luís, na gravação do primeiro álbum com sete aninhos, estar hoje um homem, já com trinta e três, mas este disco é sem dúvida uma surpresa.

Vagueando por vários estilos, entre o reggae, o rock, o blues, a pop e o disco, tudo sempre com sotaque nortênse, carago, este álbum é sem dúvida uma evolução, alargando o espectro musical na qual a banda se move.

Além da grande lista de participações, nas quais destaco uma das minhas vozes favoritas da música nacional, Marta Ren, existem aqui grandes temas como "Bares Citadinus", "Cordábida", o tema título "Iblussom", "Ganda Nagóciu" e as revisitações ao Génio Frank Zappa em "Lucinda" e "Porque Me Doi cuandurinu".

A juntar a um grande cd de inéditos, temos um segundo disco, denominado "cumpilatóriu", um best-of, os sucessos do passado gravados ao vivo em estúdio, com novos arranjos, onde destaco a nova versão de "Chamem a Pulíssia" e "De Manhá Eu Bou ó Pom", que apenas peca pela falta do "Táquetinho ou Lebas nu Fucinho".




Ouçam e surpreendam-se.

http://www.trabalhadoresdocomercio.org/
iblussom.blogspot.com
http://www.myspace.com/trabalhadoresdocomercio

Do novo álbum, "Cordábida":


A recordar, "De Manhá Eu Bou ó Pom", de 1982:

Bauhaus - Go Away White



"Go Away White" é o primeiro álbum gravado pela banda, 25 anos depois de "Burning From Inside", e, simultâneamente o seu último registo, já que este é, segundo palavras da banda, o seu canto de cisne.

Apesar, da generalidade dos críticos se referirem a este disco, como um álbum pouco inspirado, a verdade é que, pessoalmente, é cativante, um disco sem surpresas é verdade, mas creio que isso ninguém estava verdadeiramente à espera.
A voz de sempre de Peter Murphy, a guitarra marcante e criativa de Daniel Ash, a secção rítmica segura de David J e Kevin Haskins,ou seja, um disco à Bauhaus.
Se é um disco marcante? Talvez não, mas é bom, um regresso digno dos pais do rock gótico, onde destaco faixas que não ficam atrás dos clássicos:

"Too Much 21st Century"; "Adrenalin"; "International Bulletproof Talent", "Black Stone Heart" e pessoalmente a melhor música deste disco "Endless Summer of the Damned".



Enquanto muitas bandas de culto não conseguem dignificar um regresso, o rock cru, o verdadeiro regresso às raízes, "Go Away White" é uma obra prima menor, que prova que o legado Bauhaus foi muito bem preservado.

R.I.P. BAUHAUS

http://www.bauhausmusik.com/

The Vicious Five - Sounds Like Trouble



Os Vicious Five estão de regresso, mais barulhentos que nunca!

Este é o segundo longa duração da banda, depois do muito bem recebido "Upon on the Walls" de 2005.
Este é um regresso em força, cheio de energia, um álbum contagiante, diria mesmo viciante.
E o que temos aqui é um rock de urgência, um punk suado, mais trabalhado, sem renegar as suas raízes do underground hardcore.



Temos então, um disco mais pesado e simultâneamente mais melódico, um registo directo, cru, "in your face", com (mais) uma excelente produção de Makoto Yagyu.

Punk rock suado, urgente, para ouvir repetidas vezes!
Made in Portugal!

http://www.myspace.com/theviciousfive

"Bad Mirror" de "Upon on the Walls":

segunda-feira, 3 de março de 2008

Peste & Sida ao vivo em Stª Maria da Feira



Eles andam aí!!

Peste em grande no Cine-Teatro António Lamoso, na Feira!

O som das sirenes anunciava o que aí vinha, uma entrada poderosa com "Entrgues Aos Bichos" e o público a saltar das cadeiras ao segundo tema, "Pensar Muito Faz Mal".
Uma banda com uma energia contagiante, principalmente por parte do seu carismático frontman, João Pedro Almendra, imparável, um verdadeiro "monstro" de palco, bem secundado pelos três restantes membros, o também "histórico" João Sanpayo e os "novatos" João Alves e Marte Ciro!



O público, completamente contagiado pela banda mostrava o seu contentamento com os muitos mergulhos do palco.
Um espectáculo electrizante, a que nem a momentânea falta de energia conseguiu diminuir os níveis de intensidade.
Quero destacar a entrada poderosissima com "Entregues aos Bichos"; "Pensar Muito Faz Mal" e "Orgia Paroquial", a série com "Carraspana"; "Bule Blue" e "Sol da Caparica", as versões de "Família em Stress" e "Furo na Cabeça" e a finalizar "Paulinha"; "Gingão"; "Está na tua Mão" e "Chegámos ao Fim".



Foi pena a falta de encore, mas o vício é mais forte e o pessoal queria fumar o seu cigarrinho. Enfim...

Ao fim de vinte anos, os Peste & Sida continuam em grande!
Não os deixem escapar numa próxima oportunidade!!

"Cai no Real" ao vivo no Avante 2007: