terça-feira, 7 de abril de 2009

Xutos & Pontapés - Xutos & Pontapés


Primeiro ponto: Este é o disco menos directo e imediato dos Xutos & Pontapés.
São necessárias várias audições para o disco crescer, descobrirem-se pormenores e assimilarem-se melodias.
Segundo ponto: Como já cantavam em 92, "O que foi não volta a ser" e quem esperava um total retorno à rebeldia dos anos 80, desengane-se. As pessoas estão diferentes, já não são os mesmos miúdos de à trinta anos atrás e as perspectivas são outras. O Tim diz isso mesmo n'"O Falcão": "Acho que já fui como tu, um puto inquieto e cheio de fome".
O que temos aqui, então,é um cruzamento dos Xutos de antes com o Xutos de agora, ou seja, está cá o inconformismo, a raiva e a contestação dos primórdios, lado a lado com o som mais pop e baladeiro do presente.
Os teclados, têm aqui, como nunca tiveram no som dos Xutos, uma grande predominância, a que não será alheio o facto de não haver em nenhum disco da banda com tantos temas lentos como este.
Hinos, também os há, como em qualquer disco da banda: As músicas mais rockeiras e punk, à Xutos,"Tetris Anónimus", o já conhecido "Quem é Quem", "Sem Eira Nem Beira" e "Classe de 79", vão resultar em grandes momentos ao vivo.
Outros temas a merecer destaque, as baladas "O Santo e a Senha", "Perfeito Vazio" e esse grande tema que dá pelo nome de "O Falcão", talvez o momento alto do disco, uma música em crescendo, com um grande solo do João Cabeleira.
Outro momento grande, é "O Sangue da Cidade", escrito pelo Gui, com o convidado Pacman a declamar um excelente texto do Tim, uma música como nunca tinham feito (devo confessar, este tema está a pedir a voz do Adolfo Luxúria Canibal, creio que ganhava outra projecção).
Finalmente, voltaram as grandes letras, inconformadas, contestatárias e críticas da sociedade em que vivemos, os temas como só os Xutos sabem cantar. Bem-vindos!
Pessoalmente, considero-o um óptimo disco,superior ao anterior, "O Mundo ao Contrário",sendo que, este "Xutos & Pontapés" agradará à maioria dos fãs.
Falta só passar no teste do tempo para se saber se se tornará clássico...
No presente, está a soar muito bem, falta apenas ouvi-lo ao vivo...

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